Após fim de barreira, Equador pode se tornar um mercado estratégico para o calçado cearense
As empresas cearenses produtoras de calçados devem voltar suas atenções em 2018 para o Equador. É que o país sulamericano pode ser tornar um mercado estratégico para as exportações do setor, após o fim às restrições ao Brasil. Há quatro meses, o Equador vinha sobretaxando o calçado brasileiro em 10% além de US$ 6 por par, em virtude de dúvida sobre a classificação de origem. Além disso, exigia uma série de documentos comprobatórios aos exportadores. De acordo com o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, o impacto das barreiras foi estimado em, pelo menos, 700 mil pares de calçados, o que representa algo em torno de US$ 7 milhões.
O governo brasileiro, por meio Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Ministério das Relações Exteriores (MRE), agiu na defesa do interesse do setor, conseguindo reverter as barreiras equatorianas no final do ano. Considerado um importante mercado para o calçado brasileiro, o Equador importou, em 2017, US$ 26,4 milhões, valor 99% superior a 2016. No Ceará, as exportações registraram aumento de 83%, chegando a quase US$ 1,7 milhão.
Para a Gerente do Centro Internacional de Negócios da FIEC, Karina Frota, as empresas cearenses devem aproveitar a oportunidade e alinhar suas estratégias comerciais para o mercado que volta a se abrir no Equador. “Na qualidade de maior exportador brasileiro em termos de pares e segundo em valor, o Ceará não pode perder esta porta que se reabre para o calçado brasileiro”, avalia Frota. “Temos bons produtos e preços competitivos dentro do Brasil para ganharmos mais mercado dentro do Equador”, conclui a gerente do CIN. De acordo com os dados levantados pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC, Maranguape e Sobral foram os dois maiores municípios cearenses exportadores para o país sulamericano m 2017, exportando respectivamente US$ 982,8 mil e US$ 343,5 mil.