Ceará é o principal exportador de pescados do Brasil em janeiro
O setor de ferro e aço lidera a lista dos principais setores exportadores do Ceará no mês de janeiro, com US$ 139,1 milhões, fazendo do Ceará o 4º no ranking dos que mais exportam nesse segmento. Os calçados também apresentaram resultado revelante em janeiro deste ano, com um total de US$ 38,7 milhões. Esse montante é o maior já registrado em um mês de janeiro desde 2012. Os dados são do estudo Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), tendo como referência o mês de janeiro de 2019.
O segmento de “Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes” manteve o desempenho de destaque do ano passado, enviando ao exterior mais de US$ 10 milhões, um incremento de quase quatro mil pontos percentuais. O segmento de pescados, tradicional na pauta exportadora cearense, registrou um forte avanço em 2019, com um crescimento de 199,4%, chegando a US$ 4,8 milhões. Esse valor garantiu ao Ceará o posto de estado que mais exporta pescados do Brasil, principalmente pelas exportações de lagostas.
O Ceará em Comex revela também que os principais produtos da pauta exportadora cearense são as placas de aço, produzidas principalmente na siderúrgica em São Gonçalo do Amarante e os calçados fabricados, em sua maioria, em Sobral. As placas de aço totalizaram US$ 135 milhões e os calçados US$ 24,5 milhões, esses últimos em suas três principais classificações. Além desses, o Ceará exporta mais de 400 produtos (NCM) diferentes.
Um destaque está nas pás e geradores de energia eólica, que voltaram a ser exportadas com significância em 2018 e que são registrados como “Partes de outros motores, geradores/grupos eletrogeradores”. As pás eólicas embasam o forte crescimento da cidade de Caucaia e registraram US$ 10,6 milhões em janeiro desse ano. Outro produto que já teve grande representatividade nas vendas externas do Ceará e que vinha apresentando recorrentes quedas, voltou a crescer em 2019, os “couros e peles inteiros, de bovinos”, aumentaram as vendas internacionais em 393,3% chegando a US$ 4,6 milhões, tendo como Estados Unidos e Itália como principais destinos.
Em janeiro de 2019, os produtos exportados pelo Ceará tiveram como destino 100 países. Os Estados Unidos mantiveram o posto de maior comprador dos produtos fabricados no estado, com US$ 91,8 milhões, mais que o dobro do valor contabilizado no ano passado. O país que exibiu maior crescimento foi a Itália, que passou a ser destino das placas de aço e importou do Ceará um total de US$ 69,9 milhões, crescendo mais de mil pontos percentuais. Outro país que cresceu em proporções semelhantes nas vendas internacionais do estado foi o Japão, que saiu de US$ 373,5 mil, para US$ 4,3 milhões no comparativo entre 2018 e 2019, também por causa da exportação de produtos siderúrgicos.
Importações
Quanto às aquisições internacionais, o estado cearense é o 12° em importações no país no acumulado de 2019. A elevação do volume importado em relação ao mesmo período em 2018 chegou a 5,6%, atingindo o maior total importado desde 2015, quando o volume foi superior aos US$ 600 milhões. Dos US$ 206 milhões importados em 2019, a cidade de São Gonçalo do Amarante responde por US$ 84 milhões, com uma participação de 40%. (Tabelas 9 e 10). O município é líder dessa lista e importa principalmente combustíveis sólidos para abastecimento da siderúrgica local. Logo em seguida, a capital Fortaleza totalizou US$ 39,2 milhões, importando principalmente óleo diesel. Entretanto, devido à aquisição de componente eólicas, o município de Acaraú aumentou em quase cinco mil vezes o valor de suas importações em relação a 2018, exibindo o maior crescimento entre os municípios cearenses.
Com total de US$ 6,61 milhões no período, Acaraú é a 2° cidade brasileira que mais comprou pás eólicas no exterior. As pás eólicas destacam-se por ser o produto que mais elevou seu volume importado, no Ceará, no acumulado do ano, crescendo 328% em relação a 2018 e totalizando US$ 7,6 milhões. O 2° maior crescimento, entre os produtos, pertence ao óleo diesel, com 246% de elevação e total de US$ 7,9 milhões.
Os combustíveis sólidos são o grupo de produtos mais adquirido pelo estado no período. A hulha, combustível utilizado na CSP, é o principal item nas compras do estado, com US$ 58,3 milhões. O 2° colocado, porém, tem peculiar contraste. Os resíduos de ferro e aço, que vêm logo após os combustíveis sólidos, pertencem ao 2° grupo mais adquirido, totalizando US$ 13 milhões. Os desperdícios de ferro só passaram a compor as importações nos últimos meses e já ultrapassaram, inclusive as importações de trigo, pauta tradicional do estado ao longo dos últimos anos. Sendo utilizados como insumo siderúrgico em forma de lingote, os resíduos metálicos são oriundos principalmente do Reino Unido. Vale destacar que o Reino Unido é o país que mais cresceu em exportações ao Ceará no período (139,5%), graças ao fornecimento dos desperdícios metálicos.
A principal origem das importações cearenses foram os Estados Unidos, apresentando o maior crescimento entre os mercados fornecedores, com 195,6% em relação ao mesmo período em 2018. O país norte-americano totalizou US$ 52,7 milhões em fornecimento ao estado, valor que representa 25,5% de participação e compõe principalmente as hulhas. O segundo maior parceiro é o mercado chinês, com US$ 50,6 milhões exportados ao Ceará no período, equivalente a 24,5% de participação. O alto valor fornecido pela China deve-se ao fornecimento de pás eólicas.
Confira o estudo completo AQUI.
Saiba mais
O Centro Internacional de Negócios auxilia as empresas na inserção no mercado internacional, promovendo a cultura exportadora no Estado do Ceará. O CIN faz parte da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), que junto com Serviço Social da Indústria - SESI Ceará, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI Ceará e Instituto Euvaldo Lodi - IEL Ceará formam o Sistema FIEC.