Ceará tem alta de 15% nas exportações, a maior entre os principais exportadores do Brasil
Na contramão da maior parte dos estados brasileiros, que registraram variações negativas no acumulado de 2019, o Ceará teve alta de 15% nas exportações ante o mesmo período do ano passado. É o maior crescimento entre os 15 estados que mais exportam no Brasil. O total exportado pelo Ceará, de janeiro a abril deste ano, foi de US$ 735,2 milhões. Apenas no mês de abril, foram exportados US$ 175,8 milhões, montante 6,7% superior ao contabilizado em março deste ano. Em relação às importações, o crescimento mês a mês foi significativo. Em abril, o estado importou US$ 196,6 milhões, total 66,8% maior do que o do mês anterior. No quadrimestre, as compras do exterior chegaram à marca de US$ 670,4 milhões. Esses movimentos garantem um superávit de US$ 64,8 milhões na balança comercial cearense de 2019.
Os dados são do estudo Ceará em Comex, realizado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). A análise revela também que o Ceará é o terceiro maior exportador do Nordeste, atrás de Bahia e Maranhão. O estado representa 15,2% do total vendido ao exterior pela região. Nas importações, a participação do estado no Nordeste vem decrescendo no decorrer dos últimos 5 anos, saindo de 13,5% em 2015, para 10,6% em 2019. Movimento esse justificado pelo “boom” das importações cearenses em 2015 na implementação da siderúrgica. Apesar de continuar crescendo, o total exportado pelo Ceará em relação ao Brasil ainda representa 1,02%.
Mais da metade (51,9%) de tudo o que o Ceará exporta é produzido em São Gonçalo do Amarante. A cidade sede do Complexo Industrial e Portuário do Pecém exportou, de janeiro a abril de 2019, US$ 379,3 milhões, crescimento de 14,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Outro município que tem mostrado protagonismo é Caucaia, segunda colocada nessa lista. Caucaia teve o maior avanço dentre as cidades exportadoras cearenses (465,7%), saindo de US$ 12,6 milhões no primeiro quadrimestre de 2018, para expressivos US$ 71,4 milhões, no mesmo período desse ano.
Acompanhando esse avanço, Sobral e Fortaleza também registraram bom desempenho no período, com altas de 6,8% e 6,3%, respectivamente. O total sobralense exportado foi de US$ 62,5 milhões e a capital registrou US$ 49,7 milhões. A maior queda entre as cidades cearenses foi de Icapuí, que reduziu suas exportações em 68,4%, principalmente devido às mudanças na produção e escoamento de frutas.
Mantendo-se como o principal setor das exportações cearenses, o segmento de ferro e aço exportou US$ 380,1 milhões nos quatro primeiros meses de 2019. O setor de pescados, oitavo maior exportador do estado, manteve o ritmo acelerado do início ano, contabilizando US$ 14,1 milhões, mais que o dobro (123,7%) do valor do ano passado. O avanço no setor é justificado pelo alto valor que possuem as exportações de lagostas e outros pescados, como o atum.
Na análise dos principais produtos exportados pelo estado, nota-se que as pás eólicas, classificadas como “partes de outros motores/geradores/grupos eletrogeradores” são o principal destaque de 2019. O total desse produto vendido ao exterior foi 891,6% maior do que o de 2018, chegando à marca de US$ 64,9 milhões, resultado de um processo que abrange empresas com alta tecnologia aliada a eficiência logística. A cera de carnaúba, produto tradicional na pauta exportadora cearense, também vem exibindo um ótimo desempenho neste ano. O montante exportado foi de US$ 29,9 milhões, maior valor dos últimos 7 anos, e com aumento de 56,8% em relação a 2018.
A parceria Ceará-Estados Unidos tem se mostrado cada vez mais importante para a economia do estado. As exportações cearenses para o país norte-americano mais do que dobraram (106%) nos primeiros quatro meses de 2019, em comparação com 2018. Os US$ 371,9 milhões exportados para o país esse ano, representam o maior montante já enviado do Ceará para os Estados Unidos no primeiro quadrimestre.
A Itália, que se concretizou como forte destino das placas de aço produzidas no Ceará, ocupa a segunda posição, com um aumento de 601% e um total de US$ 101,7 milhões. A República Tcheca foi quem exibiu maior crescimento (40 mil pontos percentuais), ocupando a sexta posição com US$ 26,8 milhões, também devido às fortes aquisições provenientes da siderúrgica. Países tradicionais na pauta exportadora do estado como Alemanha, Holanda, Argentina, Reino Unido e China exibiram quedas no período, comparando-se ao ano passado, o que demonstra certa concentração em determinados mercados. Outro índice que evidencia essa concentração é a redução do número de destinos do estado de 130, em 2018, para 126, em 2019.
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O Centro Internacional de Negócios da FIEC apoia a internacionalização das empresas cearenses e promove ações estratégicas, de capacitação e relações institucionais, com o objetivo de impulsionar as exportações e importações da indústria do Ceará. Faz parte da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), que junto com Serviço Social da Indústria (SESI Ceará), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Ceará), Instituto Euvaldo Lodi (IEL Ceará) e o Observatório da Indústria formam o Sistema FIEC.