Café Comex realiza debate sobre as perspectivas do comércio exterior para 2023 e reúne casos de sucesso de empresas cearenses
O Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), realizou, na manhã desta quinta-feira (10/11), a última edição do Café Comex no ano de 2022. As discussões ficaram em torno da perspectiva para o comércio mundial em 2023, além da apresentação de casos de empresas cearenses que resolveram trabalhar com importação e exportação.
O evento ocorreu no auditório Luiz Esteves Neto, na Casa da Indústria, e foi aberto pelo Diretor do Centro Industrial do Ceará (CIC) e Diretor de Comércio Exterior da FIEC, Marcos Soares. "Hoje o mais importante é o depoimento dessas empresas que estão trabalhando conosco, até porque o comércio internacional da Federação não é só importar e exportar, estamos indo atrás de compartilhar tecnologia e inovação", citou.
Após a abertura, o Advogado Especialista em transporte marítimo e direito aduaneiro, Larry Carvalho, ministrou uma palestra sobre o cenário do comércio exterior para 2023, ressaltando as dificuldades e os desafios que podem ser encontrados em decorrência do contexto socioeconômico mundial de retração em função, principalmente, da guerra na Ucrânia, evento que, após a pandemia, modificou os processos de comex no mundo, bem como a alta inflação nos Estados Unidos, que é um dos maiores movimentadores de carga do planeta.
"A Organização Mundial do Comércio fala que próximo ano será o ano com menor movimentação de carga no comércio global dos últimos 40 anos. A gente vai ter provavelmente uma recessão; inicialmente a previsão era de um acréscimo de 3,5% na movimentação de carga", explicou o Especialista.
Em seguida, o Presidente do Sindicato das Indústrias da Alimentação e Rações Balanceadas no Estado (Sindialimentos), Isaac Bley, apresentou uma explanação sobre o tema "a força do associativismo na internacionalização de empresas". Ele exemplificou a atuação do colegiado nas últimas feiras internacionais em que participou, como a America's Food & Beverage, nos Estados Unidos, e a SIAL Paris, na França.
Segundo Isaac Bley, "as indústrias que têm interesse em internacionalizar e conhecer o mercado externo para aprender e dar o pontapé poderão encontrar todo o apoio nos sindicatos da FIEC e no CIN, através de programas como o Peiex", disse.
Painel com empresas
Para finalizar o evento, o CIN organizou um painel com a presença de empresários de três negócios cearenses que possuem estratégias específicas para atuação no mercado internacional. O momento foi comandado pela Gerente do CIN, Karina Frota, que relacionou representantes das empresas Maria Pitanga Açaiteria, Rigel Brasil e Vila do Sol Praia.
De acordo com Karina Frota, é importante que a estratégia das empresas esteja alinhada com instituições que apoiam o comércio exterior, como a FIEC através do CIN. "Se não tivermos de mãos dadas com a empresa nesses desafios, dificilmente nós conseguimos obter o êxito. As empresas que estão aqui presentes estão em níveis de maturidade internacional distintos; uma está iniciando, uma que já exporta e outra que inclusive já conseguiu colocar uma franquia nesse mercado", explicou ao citar os negócios de sucesso.
Emanuel Sobral, Gerente Comercial da Rigel Brasil, ressaltou que a empresa é focada em controle de fungos na indústria alimentícia, capacidade de realizar o diagnóstico do problema, analisar o caso, construir a solução e aplicá-la. "A gente iniciou com a importação para adquirirmos insumos com valores mais acessíveis. Começamos o processo buscando fornecedores, e a FIEC e o CIN nos ajudou identificando parceiros. A partir disso, fomos vendo que poderíamos fazer ações simultâneas, buscando possíveis negócios fora do Brasil. Estamos numa situação ainda muito embrionária, a empresa tem apenas três anos, mas já atendemos fora do mercado nacional", exemplificou.
Já o Gestor de Exportação da Vila do Sol Praia, Tiago Facundo ressaltou que a empresa iniciou trabalhando na Rua José Avelino, no Centro de Fortaleza, e começou a crescer a partir de sua estruturação. "Não tinhamos conhecimento sobre mercado internacional. Quando a gente começou a exportar, a gente viu que não era tão simples. Foi quando a gente procurou a FIEC e, aí sim, tudo se tornou muito fácil. Participamos do Peiex, parceria entre o CIN e a Apex-Brasil, e apareceram oportunidades. Participamos de encontros de negócios online com compradores de outros países e, com isso, fomos convidados a participar de uma feira da Apex em Israel", narra sobre a história da empresa que hoje já realiza exportações para diversos países do mundo.
Por fim, a Diretora de Marketing da Maria Pitanga Açaiteria, Aline Ximenes, falou sobre a experiência da marca que já tem 13 anos de atividade e, recentemente, abriu sua primeira franquia internacional, na região de Albufeira, em Portugal. "A gente tinha esse sonho de crescer e estar nesse mercado internacional. Nossa fábrica é um ponto estratégico para facilitar essa condição. Atualmente, são 100 franquias, estamos presentes em todo o Nordeste, no DF, como também em Goiás. Está em construção mais uma franquia em Portugal, na cidade de Viseu. Ela já está em reforma e será a primeira na região mais ao Norte de Lisboa. Além disso, estamos com consultas para Madrid e Londres", pontuou.